quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Pentoxifilina e aumento nas taxas de gravidez

Nas duas tentativas de ICSI que fiz meu endométrio não passou de 8 mm no dia da transferência dos embriões.  Achei muito fino mas, como tenho endometriose e adenomiose, acreditei ser por isso. Perguntei para o médico que fez a transferência, mas ele disse que estava bom.
O fato é que na semana retrasada, quando fiz o terceiro e último ultrassom do monitoramento da ovulação, o endométrio estava com 13,5 mm ! Bem espesso ! 
E isso não foi gratuitamente, não ! 
Nessas minhas andanças aqui na rede, descobri um medicamento chamado "pentoxifilina" para melhorar o fluxo sanguíneo.
Li alguns artigos médicos associando o uso da pentoxifilina em mulheres mais velhas, subférteis e portadoras de endometriose com aumento da taxa de gravidez num período de seis meses de uso.

No grupo que usou a pentoxifilina a taxa de gravidez foi de 28%, ao passo que no grupo que usou placebo a taxa foi de 14%. Um aumento considerável. 
Não há muita coisa ainda sobre a pentoxifilina, mas os resultados de alguns estudos me deixou animada sim e resolvi tomar por conta um comprimido de 400 mg pela manhã e outro à noite. Há quase dois meses estou tomando e quando fiz o último ultrassom eu já estava usando a pentoxifilina há um mês mais ou menos.
Marquei consulta com outra ginecologista para alguns dias depois do último ultrassom. Fui com minhas últimas esperanças de encontrar alguém que me entendesse. 
Meu marido e eu entramos na sala e a Dra. Lisandra nos recebeu com um sorriso. Já gostei dela de cara. Quando contamos toda a nossa história das ICSI's que não deram certo, do monitoramento da ovulação que foi normal, de tudo que estava tomando, ela foi muito atenciosa e disse que eu já estava me ajudando com tudo o que pesquisei e comecei a tomar por conta. Ela não mudou nem a dosagem da pentoxifilina. Pediu para eu continuar com tudo e receitou tribulus terristris  para o maridão três vezes ao dia. Ela disse que melhora muito a quantidade e a qualidade dos espermatozóides. Receitou "Vitergan" para ele também, mas como já estamos tomando Lavitan Sênior todos os dias, vamos esperar acabar.  
Bom, meninas, o fato é que não dá para passar batido: a pentoxifilina aumentou pra caramba a espessura do endométrio e se vocês também sofrem com o endométrio fino, conversem com o médico sobre começar a utilizar a pentoxifilina. Eu comecei por conta, mas agora estou com chancela médica.
No próximo post vou fazer uma relação detalhada de tudo o que estou tomando além da pentoxifilina.
Espero, sinceramente, que vocês não percam a esperança e a fé, e se mantenham firmes e confiantes !   

domingo, 8 de novembro de 2015

Monitorização da ovulação

Antes de partir para a FIV/ICSI eu nunca havia monitorado a minha ovulação nem em casa e nem com ultrassom.
Depois da minha segunda ICSI negativa e de vasculhar todas as possíveis respostas sobre por que deu errado, decidi marcar uma consulta com um ginecologista para fazer um monitoramento da ovulação com ultrassom.
Quando contei que havia feito duas ICSI's que não deram certo, que tenho 41 anos, que tenho endometriose, e blá, blá, blá, o médico queria me mandar embora.  Falou que se eu já tinha tentado ICSI, não havia mais o que fazer.
Sinceramente não entendo como um médico pode falar, ou pior, sentenciar algo assim.
A Medicina não é uma ciência exata. Temos exemplos de casos sem explicação todos os dias e não estou colocando fé, crença nem religião nisso. Simplesmente casos que a Medicina não consegue explicar. 
Bom, feito esse "mini desabafo", quando eu chorava por dentro e meu marido estava quase me pegava pela mão e deixava o médico falando sozinho, eu disse que queria monitorar a ovulação. Ele concordou meio a contragosto e falou que faria sem nenhum "compromisso". É claro ... rsrs... Que compromisso ele faria ? Que certeza ele me daria ? A de que eu engravidaria simplesmente monitorando o ciclo ? Médico é fogo, viu !
Saímos de lá decididos a fazer a monitorização com outro médico, mas as restrições do plano de saúde acabaram por fazer com que continuássemos lá mesmo. 
Bom, comecei a monitorar o ciclo no sexto dia. Ele visualizou dois folículos no ovário direito e nenhum no esquerdo. Fiz mais dois ultrassons. No segundo os folículos haviam crescido mais e um deles estava em ótimo tamanho. O endométrio também estava com boa espessura. No terceiro ele concluiu que a ovulação tinha ocorrido normalmente e viu o corpo lúteo. Nesse último o endométrio estava com 13,5 mm ! Fiquei super feliz porque nos dois ciclos para a ICSI meu endométrio não passou de 8 mm.
Então, meninas, tudo normal. 
Marquei consulta com uma outra médica para analisar o resultado do monitoramento da ovulação já que o médico que fez os ultrassons não quis nem saber.
Não sei explicar, mas algo me diz que vou conseguir engravidar naturalmente porém com a ajuda do DHEA, coenzima Q10, vitamina D e da pentoxifilina. Aliás, sobre esta última também farei um post especial.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

O segundo BHCG negativo

O segundo beta negativo a gente também não esquece.
E para nós foi pior porque não havia mais recursos financeiros para tentarmos uma terceira ou quarta FIV. Quando vi o negativo, aquilo foi como uma sentença sem recurso. 
Eu e meu marido nos revoltamos, não vou mentir. Nessas horas a gente lembra dos noticiários anunciando mães que abandonam bebês em sacos plásticos por aí e se pergunta "por quê" o tempo todo. Por quê uma infeliz dessa pode engravidar e a gente não. 
Eu chorei até meu rosto inteiro inchar. Perdi a fé. 
Só que a gente não pode ficar assim muito tempo. É preciso arranjar forças de não sei onde para ultrapassar essa dor e prosseguir. O bom de tudo isso é que uma hora a tristeza absoluta passa, como tudo na vida. Parece simples falar assim agora, mas passa mesmo.
Daí eu fiquei pensando que quando começamos essa história de fertilização in vitro nunca havíamos tentado nada mais simples, como monitorar a ovulação com ultrassom, por exemplo, para saber se estava ovulando direitinho. 
Comecei a pesquisar histórias lindas de mulheres que conseguiram engravidar naturalmente depois de FIV's negativas. Li muitas matérias sobre medicamentos e tratamentos que pudessem melhorar a qualidade dos óvulos como o suplemento com coenzima Q10 e hormônio natural DHEA.
Meninas, essa coenzima Q10 e o DHEA são tão legais que farei um post só para eles.
Uma coisa que raramente notei nos meus períodos férteis é o tal do muco elástico transparente, tipo clara de ovo.
Via a mulherada falando desse super muco no período fértil e me sentia uma alienígena. Nem todas as mulheres tem esse muco assim em abundância e não precisa desesperar por isso porque nossos problemas acabaram ! Sim, leitora amiga ! Descobri uma coisa maravilhosa não só para produzir um fluido bacana no período fértil que vai ajudar nossos amiguinhos espermatozóides como também para melhorar a nossa pele e a nossa disposição na TPM. Quem é esse herói ? O óleo de prímula ! Olha que legal ! Natural, fácil de encontrar e bem acessível ! Comprei na Droga Raia por R$ 40,00 e vem com 90 cápsulas. Eu tomo uma de manhã e outra à noite. Em um mês apenas eu já senti uma diferença enorme. Percebi que fiquei mais úmida no período fértil, uma melhora significativa na textura e aparência da pele e praticamente não tive sintomas de TPM !!!! Uhuuuuu!!! 
Para ajudar mais ainda os nossos amiguinhos espermatozóides, eu e meu marido encomendamos a um amigo que mora na Inglaterra o gel Conceive Plus .  Esse gel imita os fluidos do período fértil criando um ambiente totalmente favorável aos espermatozóides, diferentemente dos géis comuns que acabam matando ou criando uma barreira para eles. Vi relatos importantes de mulheres que conseguiram engravidar com a ajudinha desse gel. Infelizmente não é vendido no Brasil, mas é possível comprar pelo Mercado Livre e até no site que eu passei no link acima com o nome do gel.
Ainda não recebemos o gel, mas assim que chegar e começar a usar (no período fértil apenas), farei uma postagem sobre o que achei.
Tudo o que tenho encontrado na internet que possa ajudar a nós, tentantes, eu vou postar aqui meninas. 
Como tenho endometriose (para ajudar a piorar um pouco mais as coisas), fiquei fuçando na rede sobre tratamentos e novidades e me deparei com algo interessante, um medicamento chamado pentoxifilina, mas deixarei esse assunto para outra postagem.

Tentanto entender o porquê do negativo

Ainda abatidos, eu e meu marido procuramos vários artigos médicos na internet em busca de uma resposta sobre a não implantação dos nossos embriões.
Na primeira vez nós fomos muito mal informados. Estávamos decididos a ir para a consulta com um arsenal de perguntas.
O embrião não implanta no endométrio por "n" fatores e nós nem imaginávamos isso. É claro que o fato de eu ter 41 anos influencia sobremaneira, mas não é só isso. Há novidades como a imunização com linfócitos paternos e a suplementação com  coenzima Q10 e DHEA
Perguntei sobre trombofilia e o médico disse que influencia na implantação do embrião e pode causar aborto precoce. Nunca nos falaram isso na clínica. Descobrimos sozinhos. Nessa hora a gente se sente idiota. Parece que eles querem mesmo levar para uma segunda ou mais tentativas. O dinheiro importa e não os sentimentos do casal que está ali, os sonhos, os planos, as expectativas, as esperanças. Quem chega ali numa consulta para iniciar um tratamento de fertilização in vitro, já está triste, esgotado, em frangalhos mesmo.  E eles não tem a menor compaixão. Não que queiramos ser mimados, mas um pouco de cuidado nesse momento faria muito bem, afinal é um tratamento de alto custo tanto financeiro quanto emocional.
Sobre a imunização com linfócitos paternos ele disse que não há nada ainda realmente comprovado, mas vi muitos relatos de mulheres que tomaram a vacina com recomendação médica.
Eu percebi que meu médico na época ficou muito resistente em adotar protocolos mais ousados. Tudo o que perguntávamos, ele respondia que não tinha nada comprovado e blá, blá, blá. Ele quis ficar no "arroz com feijão". Perguntei sobre dosar o estradiol e ele disse que no meu caso não teríamos benefícios, mas não é bem assim que outros médicos entendem. 
Outra coisa importante que descobrimos sozinhos e que em nenhum momento nos falaram na clínica, foi sobre transferir os embriões no terceiro dia ou no quinto dia já na fase de blastocisto. Um embrião de três dias, de modo natural estaria ainda nas trompas e muitos médicos acham melhor transferir embriões de cinco dias (blastocistos) que já estão mais aptos ao ambiente uterino. Os que acreditam ser melhor no terceiro dia, sustentam que dentro do útero eles tem mais chance, que em laboratório podem não chegar a blastocistos e assim o casal não teria embriões para transferir. Tudo bem. Questão de ponto de vista. Ocorre que não nos deram a opção de escolha na primeira FIV e na consulta para a segunda FIV nós perguntamos. O médico respondeu que no meu caso (tenho 41 anos, endometriose, adenomiose, etc e etc) seria praticamente impossível termos blastocistos pois eu não respondi bem às induções (produzi só quatro folículos). Só que na segunda tentativa, eu tive menos ainda ( três folículos e os três fertilizaram). 
No segundo dia nos ligaram informando que dos três apenas dois se desenvolveram e queriam que fôssemos à São Paulo para transferir os dois embriões no terceiro dia. Eu e meu marido, numa atitude de tudo ou nada, resolvemos esperar esses dois embriões se transformarem em blastocistos. O pessoal da clínica quase não acreditava na nossa decisão, mas resolvemos encarar e não sentir culpa caso nossos embriõezinhos não se desenvolvessem.
No quinto dia nos ligaram dizendo que um havia chegado a blastocisto ! Comemoramos como se fosse um positivo ! Choramos abraçados e saimos de nossa cidade rumo à São Paulo. No meio do caminho nos ligaram de novo e disseram que houve um engano e o embrião ainda estava se desenvolvendo, mas que poderia parar o crescimento. Decidimos prosseguir viagem assim mesmo. Paramos na cidade de Itu e visitamos algumas igrejas. Fizemos nossas promessas emocionados e confiantes. A noite chegamos em São Paulo. Ficava me perguntando: "E se o embrião parar de se desenvolver ? Vamos embora vazios e tristes como nunca." Naquela noite eu praticamente não dormi. Amanheceu e eu fiquei ansiosa demais esperando o telefone tocar. Até que tocou e nos disseram que o embrião havia se transformado em blastocisto e que deveríamos transferir dali duas horas ! Eu chorava e ria ao mesmo tempo! E me senti grávida no mesmo instante ! Tínhamos certeza que nossa luta havia valido pena. Tantas viagens, tantas noites em claro, tanto dinheiro que gastamos quase sem ter ! Tudo isso ficou pequeno naquele momento.
Transferimos nosso único blastocistozinho no dia 15 de setembro de 2015. Os médicos, enfermeiras e assistentes na sala estavam todos emocionados pois era praticamente impossível acontecer uma coisa daquela. Tivemos três embriões e um chegou a blastocisto !
Saí de lá com a certeza de que nosso bebezinho estava começando a sua vidinha dentro de mim. Mas, dez dias depois, ao fazer o segundo exame BHCG, veio o golpe que quase me fez cair pra valer: mais um negativo. Todo o nosso esforço, desespero, choro e emoção, acabaram ali com aquele negativo implacável.